segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Formol não é legal!!!

O uso do formol em qualquer técnica capilar realziada nos salões de beleza é proibido por lei. 
Entretanto, segundo o presidente da Comissão Antipirataria da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Dionísio Lins, a medida não está sendo cumprida em grande parte dos salões cariocas.E para coibir o uso da substância, foi encaminhada uma representação no Ministério Público e uma fiscalização será efetuada nos estabelecimentos para comprovar o uso ilegal do formol e, posteriormente, serão requisitadas as autoridades medidas legais, além do fechamento do local, se necessário.O formol pode provocar danos graves para a saúde de quem usa e também de profissionais que manuseiam ou aplicam o produto.  Segundo a dermatologista Maria Paulina Kede, não é exagero o alerta contra o formol, porque seu uso indevido pode queimar o couro cabeludo, provocar quedas capilares, irritar a vista, causar tontura edor de cabeça. E os problemas vão além, diz a médica. Estudos recentes indicam que a toxicidade do formol é tão alta que, em longo prazo, pode causar leucemia em profissionais muito expostos a ele.Um bom exemplo para as pessoas entenderem o “poder” do produto é só lembrar que o formol líquido é usado em hospitais para conservação de cadáveres, complementa a dermatologista.
Apesar de proibida, a substância ainda é adotada. Segundo a Anvisa, seu uso fez triplicar as queixas após alisamentos em 2009. Mas, afinal, por que há profissionais que insistem em colocar em risco sua saúde e a da cliente?




Em 2006 uma febre se alastrou pelo país: a escova progressiva à base de formol. Com a promessa de deixar os fios lisos e brilhantes, conquistou cabeleireiros e mulheres ansiosas por domar os cachos. Assim que a moda apareceu, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) se apressou a soltar o alerta: o ativo é cancerígeno e faz mal à saúde. Algumas empresas de cosméticos também cabeçaram campanhasde conscientização para os perigos da substância. Mas, mesmo com tanta informação, alguns profissionais continuam aplicando o produto. 

 
Tanto que o Ministério da Saúde acaba de baixar uma resolução – a RDC 36, de 17 de junho de 2009 – proibindo sua comercialização em drogarias, farmácias, supermercados, empórios, lojas de conveniência e drugstores. O objetivo é coibir a utilização indevida do formaldeído. Por conta da interdição, há quem tente burlar a lei apelando para o glutaraldeído, um desinfetante hospitalar quimicamente semelhante ao formol. “Mas ele também é expressamente proibido”, diz Érica França, especialista em cosméticos da Anvisa. “Pudera, é dez vezes mais perigoso do que o formol”, esclarece a médica Maria Fernanda Gavazzoni, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, regional do Rio de Janeiro. Segundo a Anvisa, as notificações de danos causados por fórmulas para alisamento capilar triplicaram no primeiro semestre de 2009 em comparação com todo o ano de 2008. 
 
E, na maioria dos casos, há suspeita do uso de formol. “Todos os dias atendo pelo menos uma paciente prejudicada pela escova progressiva”, confirma o tricologista Luciano Barsanti, presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia, e autor do livro Dr. Cabelo (Editora Elevação). O expert faz questão de enfatizar: “O formol não é um alisante, mas sim um conservante que, potencializado pelo brushing e pela chapinha, confere o efeito liso”. Sua colega Maria Fernanda Gavazzoni assina embaixo e faz uma comparação: “O produto encapa os fios como a calda grossa e endurecida que envolve a maçã do amor. Por fora, fica aquele brilho, dá a impressão de que o cabelo está hidratado. Mas, ao contrário, a fibra perde toda a água”. 

E não só isso: “A química remove proteínas essenciais à saúde das madeixas”, alerta. Alberto Keidi, farmacêutico-bioquímico e consultor da Protocolo Consultoria e personal Health Care, em São Paulo. “O cabelo fica rígido e tão fragilizado que o simples pentear rompe a fibra capilar. O resultado é alopecia temporária ou permanente”, conclui o especialista.O cabeleireiro Rafael De La Lastra, de São Paulo, que dá cursos para profissionais, conta que muitos não sabem o bê-á-bá do alisamento. “Pensam que o formol doma os cachos, mas os únicos alisantes são o ácido tioglicólico e a guanidina, além dos hidróxidos de sódio, potássio, cálcio e lítio.” 


O que diz a lei

Não custa reforçar: 
A aplicação da substância como alisante pode causar sérios danos à saúde da cliente e do profissional. 

Ao ser inalada, irrita olhos, nariz e garganta, e, muitas vezes, provoca problemas respiratórios”,avisa Alberto Keidi. “O formaldeído é volátil. Então, quando os vapores liberados pela chapinha são aspirados, os pulmões inflamam e há risco de pneumonia química”, completa Barsanti. 

Há suspeita de que a simples exposição ao produto leve à leucopenia, que é a queda dos glóbulos brancos do sangue, responsáveis pelas defesas do corpo. Isso pode acontecer até com quem só vai ao salão fazer as unhas”, conta Maria Fernanda. 
O formol é ,comprovadamente, carcinogênico, ou seja, tem potencial cancerígeno, de acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer. 

Érica França, da Anvisa, diz com todas as letras: “A desobediência à resolução publicada em 17 de junho último, que proíbe a venda de formol, implica penas que vão da interdição do estabelecimento à cadeia. A partir dessa data, o comerciante tem um prazo de 180 dias para devolver a substância à distribuidora”. Ela lembra que o formol só é permitido a 0,2%, como conservante de cosméticos industrializados e registrados na Anvisa. A adulteração de fórmulas prontas para uso é considerada crime hediondo pelo Código Penal Brasileiro. O bom senso recomenda: livrar-se dos produtos ilícitos preserva a saúde e a reputação profissional.

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